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ver sem limites
“
No final de um século em que as definições e os limites da arte foram
questionados e subvertidos das maneiras mais radicais, em que se
experimentou os mais diferentes cruzamentos interdisciplinares, as
disciplinas tradicionais ( a pintura, a escultura, o desenho) deixaram
de ser categorias pertinentes para classificar muitas propostas
artísticas. As fronteiras que durante muito tempo distinguiram as
disciplinas deixaram de ser interiorizadas como limites estáveis e
obrigatórios, mesmo quando os artistas não procuram subvertê-las.
Os
artistas têm hoje ao seu dispor todo o tipo de suportes, materiais e
técnicas, sem excluir aqueles que a tradição consagrou, e usam-nos com
grande liberdade. É certo que muitos continuam a trabalhar dentro de
parâmetros disciplinares mais ou menos estáveis. Contudo mesmo quando
joga o jogo das disciplinas, a arte contemporânea é, por fatalidade
histórica, indisciplinada. Os artistas já não se regem por regras e
convenções ditadas pela tradição, desarticulada ao longo de um século de
rupturas e inovações; utilizam a tradição com o conhecimento dos modos
como ela foi sucessivamente reinventada ou subvertida.”
Miguel Wandschneider e Nuno FariaCatálogo da Exposição " A indisciplina do Desenho", Instituto de Arte Contemporânea, Ministério da Cultura
in: http://versemlimites.weebly.com/
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